Anunciado de forma triunfal como sendo um investimento de R$ 5 bilhões para Maricá na edição de 14 de janeiro, do caderno de ‘Economia de O Globo’, um terminal marítimo denominado, TPN – Terminal Ponta Negra - que servirá para atender a produção de óleo e gás do Pré Sal, a partir de 2015, irá destruir um importante patrimônio natural da Região, um dos únicos de Maricá.
Projetado para ser construído pela empresa de engenharia DTA, que teria adquirido o terreno da corretora de imóveis Brooksfield por R$ 60 milhões, terreno que até bem pouco tempo atrás pertencia a família do jornalista Roberto Marinho, controladora da Infoglobo, empresa responsável de publicar o jornal ‘O Globo’, o terminal terá capacidade para receber 850 mil barris de petróleo por dia, equivalente a 40% da produção total de petróleo do país.
Para o presidente da DTA, João Acácio Gomes de Oliveira Neto, o porto será erguido num local onde não há vegetação primária já que no local existia um campo de golfe (há mais de trinta anos de propriedade da família Marinho). Para Oliveira Neto, a distância do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), cerca de 35 quilômetros e, linha reta e a boa profundidade do local (cerca de trinta metros) fazem da praia de Jaconé o sítio perfeito para esta empreitada. Esquece o executivo de dizer a respeito da enorme área que terá que ser aterrada para a criação do porto, e as mudanças que ocorrerão no ambiente natural do local, bem como na flora e fauna marítima. Para um especialista na área de construção de portos, a empresa parece que está esquecendo, ou desconhece, a força do mar naquela parte da costa fluminense. ‘Será dificílimo operar o porto em dias de mar alto, o que é comum naquele local’, disse o especialista que, por motivos óbvios, pede para não ser identificado.
O fato é que a construção do porto já está sendo dada como certa, já que conta com o apoio do governador do Estado, que prometeu criar acessos ao local através de obras no Arco Metropolitano do Rio, além de conceder (dar) parte da estrada de ferro Leopoldina para o empreendimento.
José da Silva (nome fictício de um ambientalista da Região que também, por medo, pediu para não ser identificado) falou ao PH na semana passada do absurdo da obra, questionando o porquê não se utiliza algum local, no fundo da já degrada baía da Guanabara ao invés de destruírem um santuário virgem de peixes e espécies marinhas. ‘Para quem vai tirar petróleo de três mil metros do fundo do mar além de ter que perfurar uma espessa camada de sal, a justificativa de que a praia de Jaconé fica perto (35 km) do Comperj, não me parece razoável’, disse.
Considerando a situação geográfica de Itaboraí, município onde está sendo construído o Comperj, a distância para a Baía de Guanabara é ainda menor.
- É tudo muito estranho; Maricá conta apenas com a ponta de Itaipuaçú, um de seus quatro distritos, e esta ponta de Jaconé. Ambos são os mais importantes acidentes geográficos do município, e de toda a Região, que também apresenta um dos maiores complexos lagunares do estado denominado Maricá-Guarapina. A meu ver a decisão de se construir um porto naquele local serve muito mais para atender a interesses de grupos particulares do que a uma questão de logistica. Não é razoavel nos dias de hoje se destruir um recanto de beleza natural impar como aquele em nome de se ‘economizar alguns quilômetros’ – alertou um político de Brasíla, pedindo também pelo anonimato.
Fontes informaram também que a construtora Mendes Junior já havia firmado um contrato com o atual prefeito de Maricá, Washington Quaquá (PMDB), para desenvolver um projeto menos agressivo para o local. Ainda na vigência de tal contrato a empresa de engenharia DTA divulgou a aquisição do terreno por 300% a mais do valor que teria sido negociado pelos donos anteriores, sendo que o atual prefeito não se manifestou a respeito da quebra de contrato com a Mendes Junior.
Greenpeace: projeto repensado
De acordo com a coordenadora de Clima e Energia do Greenpeace – Brasil, Leandra Gonçalves, o projeto precisa ser repensado já que a região é importante local de passagem de quatro espécies diferentes de baleias; a jubarte, orca, franca e Bride. ‘Não somos contra os portos, mas achamos que é melhor aproveitar as estruturas já existentes’, disse em reportagem publicada em 14 de janeiro.
Já a secretaria Estadual de Ambiente confirmou ter sido procurada informalmente por representantes da empresa. Para Luiz Firmino, secretário de Estado, ‘a princípio não há nada problemático com o projeto’, embora o agente público tenha alegado em entrevista ao ‘O Globo’, que ainda não tinha recebido os estudos (!).
Projetado para ser construído pela empresa de engenharia DTA, que teria adquirido o terreno da corretora de imóveis Brooksfield por R$ 60 milhões, terreno que até bem pouco tempo atrás pertencia a família do jornalista Roberto Marinho, controladora da Infoglobo, empresa responsável de publicar o jornal ‘O Globo’, o terminal terá capacidade para receber 850 mil barris de petróleo por dia, equivalente a 40% da produção total de petróleo do país.
Para o presidente da DTA, João Acácio Gomes de Oliveira Neto, o porto será erguido num local onde não há vegetação primária já que no local existia um campo de golfe (há mais de trinta anos de propriedade da família Marinho). Para Oliveira Neto, a distância do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), cerca de 35 quilômetros e, linha reta e a boa profundidade do local (cerca de trinta metros) fazem da praia de Jaconé o sítio perfeito para esta empreitada. Esquece o executivo de dizer a respeito da enorme área que terá que ser aterrada para a criação do porto, e as mudanças que ocorrerão no ambiente natural do local, bem como na flora e fauna marítima. Para um especialista na área de construção de portos, a empresa parece que está esquecendo, ou desconhece, a força do mar naquela parte da costa fluminense. ‘Será dificílimo operar o porto em dias de mar alto, o que é comum naquele local’, disse o especialista que, por motivos óbvios, pede para não ser identificado.
O fato é que a construção do porto já está sendo dada como certa, já que conta com o apoio do governador do Estado, que prometeu criar acessos ao local através de obras no Arco Metropolitano do Rio, além de conceder (dar) parte da estrada de ferro Leopoldina para o empreendimento.
José da Silva (nome fictício de um ambientalista da Região que também, por medo, pediu para não ser identificado) falou ao PH na semana passada do absurdo da obra, questionando o porquê não se utiliza algum local, no fundo da já degrada baía da Guanabara ao invés de destruírem um santuário virgem de peixes e espécies marinhas. ‘Para quem vai tirar petróleo de três mil metros do fundo do mar além de ter que perfurar uma espessa camada de sal, a justificativa de que a praia de Jaconé fica perto (35 km) do Comperj, não me parece razoável’, disse.
Considerando a situação geográfica de Itaboraí, município onde está sendo construído o Comperj, a distância para a Baía de Guanabara é ainda menor.
- É tudo muito estranho; Maricá conta apenas com a ponta de Itaipuaçú, um de seus quatro distritos, e esta ponta de Jaconé. Ambos são os mais importantes acidentes geográficos do município, e de toda a Região, que também apresenta um dos maiores complexos lagunares do estado denominado Maricá-Guarapina. A meu ver a decisão de se construir um porto naquele local serve muito mais para atender a interesses de grupos particulares do que a uma questão de logistica. Não é razoavel nos dias de hoje se destruir um recanto de beleza natural impar como aquele em nome de se ‘economizar alguns quilômetros’ – alertou um político de Brasíla, pedindo também pelo anonimato.
Fontes informaram também que a construtora Mendes Junior já havia firmado um contrato com o atual prefeito de Maricá, Washington Quaquá (PMDB), para desenvolver um projeto menos agressivo para o local. Ainda na vigência de tal contrato a empresa de engenharia DTA divulgou a aquisição do terreno por 300% a mais do valor que teria sido negociado pelos donos anteriores, sendo que o atual prefeito não se manifestou a respeito da quebra de contrato com a Mendes Junior.
Greenpeace: projeto repensado
De acordo com a coordenadora de Clima e Energia do Greenpeace – Brasil, Leandra Gonçalves, o projeto precisa ser repensado já que a região é importante local de passagem de quatro espécies diferentes de baleias; a jubarte, orca, franca e Bride. ‘Não somos contra os portos, mas achamos que é melhor aproveitar as estruturas já existentes’, disse em reportagem publicada em 14 de janeiro.
Já a secretaria Estadual de Ambiente confirmou ter sido procurada informalmente por representantes da empresa. Para Luiz Firmino, secretário de Estado, ‘a princípio não há nada problemático com o projeto’, embora o agente público tenha alegado em entrevista ao ‘O Globo’, que ainda não tinha recebido os estudos (!).
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